quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Lagoa Rodrigo de Freitas

um poema leve para ser levado pelo vento.





Tributo à Lagoa


As garças levantaram a manhã
na Lagoa Rodrigo de Freitas
Jogaram pro alto o lençol azul
e de sua boca saiu o Cristo
A capivara que virou lenda
os cisnes que mentiram aos olhos
eram pedalinhos estáticos
tomando banho de sol
O Parcão e o Jóquei
O Patins e a Cruzada
A Catacumba sempre morta
E o Cantagalo sempre morro
Espelhos à vista na Lagoa
misturados ao lodo e o esgoto
E as regatas no Flamengo
O assalto pelo medo
Contrastam com belas mansões
de artistas e milionários
missionários e figurões
onde não cabe o proletário
E é às margens da Lagoa
que os casais namoram
que os peixinhos choram
que os mendigos moram
Que encanta e entristece
todas as canções da bossa
Desde a árvore de natal flutuante
até o assobio do gari torturante
Todos têm as suas histórias,
quando se trata de dizê-las,
de bem-te-vi, se bem ouvi
da Lagoa Rodrigo de Freitas.




Isa Blue