quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Mergulho

Um dia desses eu peguei todos os meus poemas inacabados e dei fechamento. Assim como tenho fechado muitos assuntos na minha vida. Tirei a morte no tarô. Transformação. Mas antes de transformar, é preciso eliminar assuntos inacabados. Essa tem sido minha ocupação nos últimos dias. E em tudo eu vejo pontos positivos.
Estou morando no Humaitá, de frente para uma árvore onde sou presenteada com cantos de todos os tipós de pássaro, o vôo parado e agitado dos colibris, agora mesmo passou um mico saltando de lá pra cá. E sem falar na vida boêmia de botafogo bem na minha frente. Esse estar no meio de tudo com o Cristo sem cruz de um lado, a mata atlântica e a enseada do outro, os incontáveis bares no meio do caminho, as pessoas tão simpáticas e familiares num pedaço tão gostoso do Rio de Janeiro que dá vontade de morder...é isso que tem me inspirado incontrolavelmente. E, mais que tudo, estar com os amigos, acompanhar a ascensão do Elllas&Os Monstros, me encher de projetos e renovação... e por tudo isso ser grata, é por tudo isso que sou realizada.



Mergulho
(Isa Blue)

Quando as minhas asas
mergulhavam sobre suas asas
nas cópulas dracônicas
como duas águias
a se atirar do céu
estateladas de azul
os dois sóis tornavam o mundo
um lugar impossível
onde todas as coisas não mais
Apenas as suas asas
protegendo minha alma
o vento sobre a paisagem
o vôo sobre a liberdade
o sol subindo em nós por dentro
sangue fervendo pele cedendo
infinito pássaro sedento
pelo momento sublime
que não reprime que não limita
e dança etéreo elemental do ar
onde nada pode ser mais real
do que o sonho de voar

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