Confesso que pensei em votar na Jandira no primeiro turno, mas quando soube que Gabeira havia subido nas pesquisas e tinha chances de ganhar, decidi por ele, já que era meu candidato ideal, o Homem do Rio. Agora, perto do segundo turno, com apenas dois candidatos tão opostos, é que pude reparar na cabecinha minúscula de quase metade da população do Rio de Janeiro. Digo 'quase', pois ainda é maioria os que votarão nele.
Outro dia estava no bar e minha amiga Ana conversava com duas outras que eu nunca vi mais gordas. Aproximei-me da mesa e uma delas disse algo sobre as Eleições. Perguntei, fazendo gozação, se ela ia votar no Paes, ela respondeu, muito segura de si, que não votaria no Gabeira porque ele é "um maconheiro, veado, cheirador". Eu, que já havia bebido umas e outras, mas muito consciente e tranqüila, retruquei: "E isso muda o caráter dele em quê?". Para minha amiga Ana perguntei, firme: "Você me conhece há anos. Mudaria a sua opinião sobre mim se você soubesse que eu fumo maconha?", ela, rapidamente, afirmou que não partilhava da mesma opinião que as colegas. O mais supreendente foi ter ouvido que o candidato Gabeira "falou alguma coisa contra o subúrbio", que ninguém sabe exatamente o quê, provavelmente uma arma de campanha usada pelo seu oponente, Eduardo Paes. Espero que não seja aquela velha história de uma conversa telefônica onde ele atacava uma deputada ou senadora. Espero também que todo mundo se lembre que o Eduardo Paes, o maior 171 dessas Eleições, depois do Crivella, dizia barbaridades sobre o nosso Presidente, e outro dia estava apertando a mãozinha dele lá em Brasília, sorrindo para as câmeras. Se o Presidente Lula se esqueceu, nós não. Mas eu entendo o comportamento do Presidente ao apoiar a candidatura de Paes. É política. Gabeira se distanciou do PT por ter uma visão de governo mais moderna que a esquerda tradicional. Apoiar o Gabeira seria quase tão improvável quanto apoiar a Heloísa Helena, com o perdão pela comparação.
Para completar a história do bar, ouvi da boca de uma das mulheres que a campanha do Gabeira foi baseada na liberação da maconha. Ora, eu devo ter ficado surda e cega. Que me atire a primeira pedra quem ouviu da boca do candidato Fernando Gabeira, em horário eleitoral, que a liberação da maconha seria uma das principais metas de governo! Desisti daquelas duas ao perceber que só falavam abobrinhas sem nenhuma base ou conhecimento sobre as Eleições, mas não sem antes discursionar a favor do MEU CANDIDATO.
E, como elas, existem vários por aí. Já recebi spam no orkut dizendo que Gabeira corrompe o elo da família, que defende o aborto e a "liberação das drogas". A esta pessoa nem deveria me dar ao trabalho de responder, pois fui logo percebendo que era um resquício da campanha do candidato fracassado, Marcelo Crivella. Se eu não me engano, pouco antes das Eleições do dia 5, o Sr. Presidente Luíz Inácio Lula da Silva, se pronunciou numa entrevista que chamou a atenção de muita gente. Ele dizia apoiar o casamento gay e que legalizar o aborto era questão de saúde pública. Ainda que haja uma pequena rivalidade entre o Sr. Presidente e Fernando Gabeira, eu gostaria de perguntar o que o levou a apoiar um candidato com idéias tão contrárias às suas? Não seria muito mais lógico nosso Presidente apoiar o candidato do PV? Daí entram todos os acessores e politicagens que nós, simples mortais, desconhecemos. Mas de uma coisa eu sei: chegar à presidência da república, não é apenas defender os ideais do povo.
E é por isso que eu voto Gabeira 43, pois ele é um homem pra frente, que sempre esteve com o povo, lutou contra a ditadura, foi preso e exilado, sempre esteve trabalhando a favor da verdade, da cultura e do meio-ambiente. Coisas que deveríamos priorizar em nossas mentalidades.
Votar em Gabeira é votar a favor de um Rio mais carioca, mais parecido com a gente.
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