Pré-Script: A estréia do Elllas&Os Monstros foi fantástica! A nave pousou primeiro no Tabajaras, onde acontecia o Abraço. Fomos filmados pela Tv Record e registrados também pela Denizis Trindade. À noite foi a vez do Artmosfera, onde aconteceu a estréia oficial do grupo. Nunca houve, na história do Artmosfera, uma noite tão poética.
"Um lugar onde as pessoas sejam loucas e superchapadas"
Aaauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
Em tempo,
Achei um caderno com umas coisas que escrevi e não lembro em que momento, e menos ainda me identifico nestas palavras, mas acho que vale à pena guardá-las.
"Quando éramos crianças
tudo parecia mais concreto
até os sonhos não seriam em vão
hoje me surge desconfiança
e meu corpo está desperto
na alma de um ancião."
"Guerra santa é aquela
que fazemos a sós
debaixo dos lençóis"
"Sua sombra pousou em mim
como se sua pena me desse asas"
"Nos jardins das cidades
poetas marginais
roubando pão
e assassinando palavras"
"As palavras que estou guardando
merecem ser ditas sob uma luz laranja
inebriante
ao fundo, uma cortina fechada
recortada
sob um cenário muito antigo
pois há muito estão trancadas
no meu íntimo
esperando o momento que às valha
e a personagem a quem às digo."
segunda-feira, 29 de junho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Ellas&Os Monstros
Amanhã, sábado, 27 de junho, é dia de Abraço na Ladeira dos Tabajaras. Os poetas estarão fazendo ponto na pracinha ("Canto dos Poetas" - Rua Euclides da Rocha, 120) das 14h às 15h. E também é dia da estréia do coletivo poético Ellas&Os Monstros(Isa Blue, Clauky Boom, Madame She, Louis Alien e Lucky Luciano) no Rio Artmosfera (Rua Silveira Martins, 135 - Catete), junto com Cairo e Denizis Trindade, a partir das 20h. A entrada é R$10(normal) e R$5 (lista amiga) - Cerveja(lata) a R$2,50.
Bom sábado pra todos!
Poema para levantar naves
(Louis Allien)
Uivemos a vênus
como loucos lobos nús
em nossa sandice
cantaremos para Alice
atravessando o espelho
até que o azul vire vermelho
abrir-se-ão novos portais
para outros dias imortais
onde todos serão um
lucky isa alien she boom
Bom sábado pra todos!
Poema para levantar naves
(Louis Allien)
Uivemos a vênus
como loucos lobos nús
em nossa sandice
cantaremos para Alice
atravessando o espelho
até que o azul vire vermelho
abrir-se-ão novos portais
para outros dias imortais
onde todos serão um
lucky isa alien she boom
terça-feira, 23 de junho de 2009
Poemas Coletivos
Poemas que nascem de várias canetas têm mais mérito. Esses vieram direto da nave, na torre mais alta do castelo, onde o portal e os cadernos se abriram para Ellas&Os Monstros.
Integrantes:
Ellas - Miss Boom (Clauky), Mme She (Sheyla de Castilho) e Isa Blue (Isabela Figueiredo)
Os Monstros - Lucky Luciano e Louis Alien
o boato abateu a beata
a beata foi à boate,
caiu no barato do abate,
dançou com Linda Blair
cuspindo suco de abacate.
daí rolou um boato
que virou fato:
fatidicamente,
subsequente,
o boato matou a beata
numa praça suja da Lapa.
Humaitá pra Poeta
crie
tudo aquilo
que eu não cria.
burile
tudo o que
eu não bacilo.
não vacile
enquanto canto
o preencher do vazio.
ouça essa Orson Wells:
well...
palavras gravadas
alimentam meu viver.
humaitando
eu só como carne viva
quando ela suspira.
e ela nunca vem sozinha -
carne quente ao sol poente,
tempero da mente.
à quebra do sisal,
em ritmo sazonal
ou em dia de sarau.
mas nunca vai embora
antes da maldita,
bendita predicada
hora agora afora
onde o mundo,
como a rosa,
desaflora.
ultimato
chega, chega, chega!
tenho certeza:
se continuar assim
vai de mal a mal.
querem o mundo maquinado,
maquiado de mundo são,
mutilado.
multi-lados
todos os lados,
lado A, lado B
dois perfis de você,
perfilados em dados.
talvez sejamos mesmo
dados a rolar,
jogando charme
de pobre coitado.
porque nunca fomos anjos,
embora nascidos alados.
Humaitá - Rio de Janeiro - domingo - 21 de junho de 2009 - madrugada
Integrantes:
Ellas - Miss Boom (Clauky), Mme She (Sheyla de Castilho) e Isa Blue (Isabela Figueiredo)
Os Monstros - Lucky Luciano e Louis Alien
o boato abateu a beata
a beata foi à boate,
caiu no barato do abate,
dançou com Linda Blair
cuspindo suco de abacate.
daí rolou um boato
que virou fato:
fatidicamente,
subsequente,
o boato matou a beata
numa praça suja da Lapa.
Humaitá pra Poeta
crie
tudo aquilo
que eu não cria.
burile
tudo o que
eu não bacilo.
não vacile
enquanto canto
o preencher do vazio.
ouça essa Orson Wells:
well...
palavras gravadas
alimentam meu viver.
humaitando
eu só como carne viva
quando ela suspira.
e ela nunca vem sozinha -
carne quente ao sol poente,
tempero da mente.
à quebra do sisal,
em ritmo sazonal
ou em dia de sarau.
mas nunca vai embora
antes da maldita,
bendita predicada
hora agora afora
onde o mundo,
como a rosa,
desaflora.
ultimato
chega, chega, chega!
tenho certeza:
se continuar assim
vai de mal a mal.
querem o mundo maquinado,
maquiado de mundo são,
mutilado.
multi-lados
todos os lados,
lado A, lado B
dois perfis de você,
perfilados em dados.
talvez sejamos mesmo
dados a rolar,
jogando charme
de pobre coitado.
porque nunca fomos anjos,
embora nascidos alados.
Humaitá - Rio de Janeiro - domingo - 21 de junho de 2009 - madrugada
sexta-feira, 19 de junho de 2009
AMORGASMIX
Vou postar este a pedidos. É um dos mais antigos e um dos que eu mais falava, daí enjoei, fiz outras coisas e deixei esse de lado. Esses dias tirei da gaveta no POLEM e ele fez enorme sucesso. Então tá aí, renascido das cinzas, rs
AMORGASMIX-TEXTUAL
(Isabela Figueiredo)
(doida pra te pegar de jeito)
Deixar sua antítese no travesseiro
rolar pelo sofá de onomatopernas
adverbiar todo seu tempo
palavreando casa vírgula e etcétera
as reticências dos gemidos surdos...
Quero seu sujeito no meu pronome
lambendo entre as minhas aspas
até eu gozar agudos e crases
pra todos os lados
Conjugar nossos paradigmas sem nome
até que você trema
Mas o que vale é imperar
indicativo no subjuntivo
esquecer que há pronomes possessivos
e virar um adjunto do outro
sem lugar, tempo ou objeto
Quero verbos transAtivos
que circunflexem sobre sua frase
para, entrexclamações,
infinitoparoxitonar elipses orgásmicas
AMORGASMIX-TEXTUAL
(Isabela Figueiredo)
(doida pra te pegar de jeito)
Deixar sua antítese no travesseiro
rolar pelo sofá de onomatopernas
adverbiar todo seu tempo
palavreando casa vírgula e etcétera
as reticências dos gemidos surdos...
Quero seu sujeito no meu pronome
lambendo entre as minhas aspas
até eu gozar agudos e crases
pra todos os lados
Conjugar nossos paradigmas sem nome
até que você trema
Mas o que vale é imperar
indicativo no subjuntivo
esquecer que há pronomes possessivos
e virar um adjunto do outro
sem lugar, tempo ou objeto
Quero verbos transAtivos
que circunflexem sobre sua frase
para, entrexclamações,
infinitoparoxitonar elipses orgásmicas
segunda-feira, 15 de junho de 2009
O portador da Luz
Não sei o que é mais difícil. Dar banho na minha cachorra ou fazer nebulização no Lucas. Acho que com o Lucas eu uso mais força. Quem vê, não consegue acreditar, parece uma tortura. Ele se vira e revira e se expreme e se esvai em lágrimas e gritos. Eu boto as pernas dele por baixo das minhas, abraço pra segurar um braço, viro a mão pra tentar segurar o outro enquanto ele investe pra todos os lados querendo se soltar desse nó humano. Sem falar da cabeça que tem que ter uma segunda pessoa segurando. Ele é mais forte do que eu com apenas 1 ano e meio! Parece o bambam!
Certamente houve algum equívoco. Eu não nasci pra isso.
Nunca disse que era uma boa mãe. E pra ser sincera, não sou mesmo das melhores. Gosto da noite e, principalmente, da madrugada. Estou numa fase em que estar com os amigos é a coisa mais importante do mundo. Gosto de tomar minhas cervejas e da liberdade de não ter hora. Gosto de ir a saraus, teatro, cinema, shows... E meu filho ainda não pode me acompanhar. Quer dizer, poder até pode, mas aí eu não vou aproveitar nada, vou ficar correndo atrás dele o tempo inteiro, como já aconteceu. Ele não pára quieto! Nem parece meu filho. Mas nem dá pra dizer que foi trocado na maternidade, pois o caso dele era inconfundível, nascendo de parto normal às vinte e oito semanas e ainda no quarto do hospital, sem assepsia, sem nada.
Segundo uma amiga, os espíritos escolhem seus pais antes de vir para este mundo. Mas por que razão alguém me escolheria como mãe? Várias mulheres ficam anos tentando satisfazer seu desejo de engravidar e não engravidam. Penso que ele não está aqui por minha causa, acho que a missão dele é muito mais abrangente. Quando ele estava na barriga ainda, e eu estava cheia de crises e complexos, tendo sangramentos, sem saber se ele tava bem ou não, eu rezei e perguntei por que isso tava acontecendo. E a resposta que me foi dada foi essa. Que essa criança que se formava no meu útero, ia ser muito importante para esta época que está nascendo agora. Eu não tinha idéia do que isso significava. Mas depois disso eu não tive dúvidas que ele ia nascer bem e saudável.
E acho que é por isso também que eu não me preocupo tanto. Quando vou sair à noite e deixo ele com minha mãe, sei que ele vai ficar bem, nunca tive medo realmente por ele. Lucas é forte. Ele vai encontrar seu caminho quando for a hora, eu só vou auxiliá-lo.
Mas por que tem que dar tanto trabalho, meu deus?
Certamente houve algum equívoco. Eu não nasci pra isso.
Nunca disse que era uma boa mãe. E pra ser sincera, não sou mesmo das melhores. Gosto da noite e, principalmente, da madrugada. Estou numa fase em que estar com os amigos é a coisa mais importante do mundo. Gosto de tomar minhas cervejas e da liberdade de não ter hora. Gosto de ir a saraus, teatro, cinema, shows... E meu filho ainda não pode me acompanhar. Quer dizer, poder até pode, mas aí eu não vou aproveitar nada, vou ficar correndo atrás dele o tempo inteiro, como já aconteceu. Ele não pára quieto! Nem parece meu filho. Mas nem dá pra dizer que foi trocado na maternidade, pois o caso dele era inconfundível, nascendo de parto normal às vinte e oito semanas e ainda no quarto do hospital, sem assepsia, sem nada.
Segundo uma amiga, os espíritos escolhem seus pais antes de vir para este mundo. Mas por que razão alguém me escolheria como mãe? Várias mulheres ficam anos tentando satisfazer seu desejo de engravidar e não engravidam. Penso que ele não está aqui por minha causa, acho que a missão dele é muito mais abrangente. Quando ele estava na barriga ainda, e eu estava cheia de crises e complexos, tendo sangramentos, sem saber se ele tava bem ou não, eu rezei e perguntei por que isso tava acontecendo. E a resposta que me foi dada foi essa. Que essa criança que se formava no meu útero, ia ser muito importante para esta época que está nascendo agora. Eu não tinha idéia do que isso significava. Mas depois disso eu não tive dúvidas que ele ia nascer bem e saudável.
E acho que é por isso também que eu não me preocupo tanto. Quando vou sair à noite e deixo ele com minha mãe, sei que ele vai ficar bem, nunca tive medo realmente por ele. Lucas é forte. Ele vai encontrar seu caminho quando for a hora, eu só vou auxiliá-lo.
Mas por que tem que dar tanto trabalho, meu deus?
domingo, 14 de junho de 2009
O Sapo e o Rio
Tenho paixão por sapos. Adoro! Principalmente os que viram príncipes, mas normalmente são os príncipes que viram sapos depois de certo tempo.
Um dos sapos que mais gosto é o Sapo Bufão, pelo saudoso Alexis Sauer, integrante dos performáticos SabaSauers. O último registro do Sapo Bufão foi feito na Semana da Poesia e o vídeo está no YouTube. Lucas também se amarra quando eu interpreto pra ele. Ele tenta repetir o BUF!
A primeira pelúcia que o Lucas ganhou, nem tinha saído da barriga, foi um sapo.
Sapos são animais fantásticos de serem admirados. Lembro dos pequenininhos lá na cachoeira do Horto. A sutileza com que se movem e a agilidade, se for preciso, tanto em terra quanto em água. Não é à toa que fiz um poema para eles.
Este poema já me deu o prazer orgásmico de ser confundida com Mário Quintana. Tudo bem que já tava todo mundo bêbado, mas deleite é deleite, não importa em quê circunstâncias.
Caso de Amor
(Isabela Figueiredo)
o sapo coacha na beira do rio
o rio murmura na beira do sapo
ele quer ouvir sua voz de fadas
e ele quer beber na sua foz calada
O sapo e o rio são tão diferentes;
um verde e um azulzinho
um corre outro pula
um coacha outro murmura
entretanto um mora no outro
e nasce o girino
na água pura
Um dos sapos que mais gosto é o Sapo Bufão, pelo saudoso Alexis Sauer, integrante dos performáticos SabaSauers. O último registro do Sapo Bufão foi feito na Semana da Poesia e o vídeo está no YouTube. Lucas também se amarra quando eu interpreto pra ele. Ele tenta repetir o BUF!
A primeira pelúcia que o Lucas ganhou, nem tinha saído da barriga, foi um sapo.
Sapos são animais fantásticos de serem admirados. Lembro dos pequenininhos lá na cachoeira do Horto. A sutileza com que se movem e a agilidade, se for preciso, tanto em terra quanto em água. Não é à toa que fiz um poema para eles.
Este poema já me deu o prazer orgásmico de ser confundida com Mário Quintana. Tudo bem que já tava todo mundo bêbado, mas deleite é deleite, não importa em quê circunstâncias.
Caso de Amor
(Isabela Figueiredo)
o sapo coacha na beira do rio
o rio murmura na beira do sapo
ele quer ouvir sua voz de fadas
e ele quer beber na sua foz calada
O sapo e o rio são tão diferentes;
um verde e um azulzinho
um corre outro pula
um coacha outro murmura
entretanto um mora no outro
e nasce o girino
na água pura
domingo, 7 de junho de 2009
Se Olho Pro Céu
Estou num processo de criação musical. Isso quer dizer que ando escrevendo muitas letras para serem musicadas e, lentamente, estão sendo. Esta é a mais nova:
SE OLHO PRO CÉU
(Isabela Figueiredo)
Quantas se escondem
debaixo desse seu olhar?
pra cada uma delas
eu tenho um jeito de amar
e cada uma delas
são tantas quanto eu quero ter
se eu ando variando
minhas várias amam suas eus
e cada estrelinha
me encanta se olho pro céu
...se olho pro céu
se olho pro'cê...
Quantas se escondem
debaixo desse seu luar?
pra cada uma delas
existe um jeito de brilhar
e cada uma delas
são tantas quanto eu quero ser
se eu ando variando
uma estrela refletiu você
é cada entrelinha
que se espreme quando olho pro céu
...quando olho pro céu
quando olho pro'cê...
é cada estrelinha
que se exprime se olho pro céu
...se olho pro céu
se olho pro'cê...
SE OLHO PRO CÉU
(Isabela Figueiredo)
Quantas se escondem
debaixo desse seu olhar?
pra cada uma delas
eu tenho um jeito de amar
e cada uma delas
são tantas quanto eu quero ter
se eu ando variando
minhas várias amam suas eus
e cada estrelinha
me encanta se olho pro céu
...se olho pro céu
se olho pro'cê...
Quantas se escondem
debaixo desse seu luar?
pra cada uma delas
existe um jeito de brilhar
e cada uma delas
são tantas quanto eu quero ser
se eu ando variando
uma estrela refletiu você
é cada entrelinha
que se espreme quando olho pro céu
...quando olho pro céu
quando olho pro'cê...
é cada estrelinha
que se exprime se olho pro céu
...se olho pro céu
se olho pro'cê...
De Dentro Pra Fora
Caros seguidores, estou aqui com uma dificuldade danada de postar alguma coisa e nem é por crise de criatividade, mas sim porque meu filho me fez o favor de afundar a tela do notebook (aquele notebook de merda que deram para os professores do município), então metade da tela, e isso em diagonal, está com listras coloridas verticais e outra metade com listras horizontais, o que resulta nessta pequena dificuldade em acessar janelas maiores que cinco centímetros. Isso vale também para email, orkut e twitter, embora editar um texto seja muito mais árduo.
Eu, ainda procurando, vasculhando, revirando desesperadamente as tralhas atrás de um título para o Livro da Involução, assim apelidado e subtitulado. Algo que remeta à idéia principal do livro, ou seja, evoluir por dentro ou resgatar valores perdidos, reaproximar as pessoas através do amor, e - por que não? - por veículo da poesia, sendo que a poesia também pode ser uma forma de amor. Que atire a primeira pedra o poeta que nunca achou que havia algo de errado com o distanciamento das pessoas. Li uma postagem hoje no blog do Louis Alien (O Dia Depois De Ontem), que falava algo como "Virando do avesso, deve dar", ou seja, de dentro pra fora. Como é bom ler isso vindo de um amigo, tendo em vista que De Dentro pra Fora é o nome do primeiro capítulo do meu livro. Sinal que a Idéia é universal. Absorver essas coisas me preenche de esperança. Penso até que as noites boêmias no no boteco da Prado Junior, regadas à cerveja, roda de violão e, inevitavelmente, poesia, são uma forma de involução. Quer algo mais acolhedor e aproximador de pessoas que um boteco cheio de bebuns?
Tem um poema que fala assim " "Amai-vos uns aos outros", era tão simples. Mas o povo acha que simplicidade empobrece".
Por isso eu tenho certeza que são por esses caminhos de amizade, gratidão, companheirismo, cumplicidade que vamos chegar à uma forma de vida mais sensata(de bom-senso) - ou seria mais sensível?
Seja como for, a idéia me agrada.
É impensável negar esse meu gosto por poesia visceral, que vem de dentro rasgando tudo até a boca. Aquela que derruba e ao mesmo tempo te reconstrói. É disso que estamos falando. Não quero meu livro na sua estante, quero que ele esteja na sua cabeça. Quero te dizer tudo o que você já disse, mas não prestou atenção.
E, caso eu não tenha prestado atenção, alguém aí pescou um título?
Fiquem com um poema do livro:
A Anti-Saga Humana
(Isabela Figueiredo)
Eles me olham
como se eu fosse o culpado
Nunca vi tanto ódio assim
num só lugar
Só me mantém
com os braços amarrados
(Posso sentir seus raros sentidos
enquanto medem meu peso)
Eles são fortes
mas não viram o bastante
da beleza deste céu e mar
(Esse olho pra dentro é de matar)
Eles são firmes
mas têm a pureza de uma onça
De um só bote vão me devorar
(A sorte não é questão de sair ileso)
Eles são frios
até com eles próprios
Privam suas crias do sol
mal vivem em conjunto
E são tão pobres
(acham que bater asas é voar)
Tenho pena deles, soltos
porque não são mais livres
que eu, preso.
Eu, ainda procurando, vasculhando, revirando desesperadamente as tralhas atrás de um título para o Livro da Involução, assim apelidado e subtitulado. Algo que remeta à idéia principal do livro, ou seja, evoluir por dentro ou resgatar valores perdidos, reaproximar as pessoas através do amor, e - por que não? - por veículo da poesia, sendo que a poesia também pode ser uma forma de amor. Que atire a primeira pedra o poeta que nunca achou que havia algo de errado com o distanciamento das pessoas. Li uma postagem hoje no blog do Louis Alien (O Dia Depois De Ontem), que falava algo como "Virando do avesso, deve dar", ou seja, de dentro pra fora. Como é bom ler isso vindo de um amigo, tendo em vista que De Dentro pra Fora é o nome do primeiro capítulo do meu livro. Sinal que a Idéia é universal. Absorver essas coisas me preenche de esperança. Penso até que as noites boêmias no no boteco da Prado Junior, regadas à cerveja, roda de violão e, inevitavelmente, poesia, são uma forma de involução. Quer algo mais acolhedor e aproximador de pessoas que um boteco cheio de bebuns?
Tem um poema que fala assim " "Amai-vos uns aos outros", era tão simples. Mas o povo acha que simplicidade empobrece".
Por isso eu tenho certeza que são por esses caminhos de amizade, gratidão, companheirismo, cumplicidade que vamos chegar à uma forma de vida mais sensata(de bom-senso) - ou seria mais sensível?
Seja como for, a idéia me agrada.
É impensável negar esse meu gosto por poesia visceral, que vem de dentro rasgando tudo até a boca. Aquela que derruba e ao mesmo tempo te reconstrói. É disso que estamos falando. Não quero meu livro na sua estante, quero que ele esteja na sua cabeça. Quero te dizer tudo o que você já disse, mas não prestou atenção.
E, caso eu não tenha prestado atenção, alguém aí pescou um título?
Fiquem com um poema do livro:
A Anti-Saga Humana
(Isabela Figueiredo)
Eles me olham
como se eu fosse o culpado
Nunca vi tanto ódio assim
num só lugar
Só me mantém
com os braços amarrados
(Posso sentir seus raros sentidos
enquanto medem meu peso)
Eles são fortes
mas não viram o bastante
da beleza deste céu e mar
(Esse olho pra dentro é de matar)
Eles são firmes
mas têm a pureza de uma onça
De um só bote vão me devorar
(A sorte não é questão de sair ileso)
Eles são frios
até com eles próprios
Privam suas crias do sol
mal vivem em conjunto
E são tão pobres
(acham que bater asas é voar)
Tenho pena deles, soltos
porque não são mais livres
que eu, preso.
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