sexta-feira, 2 de abril de 2010
Às noites perfeitas
Foi uma noite maravilhosa num quarto maravilhoso, numa cama gigante numa paixão gigante com prazo de validade vencido. Incontestável que ele abriu os olhos e tentou abraçar o vazio não percebendo que ela já não estava, procurou o travesseiro mais próximo. Achando talvez que beijava a eternidade e por isso não encontrasse sua boca, ele abriu os olhos e chamou seu nome. Nem a cama gigante, nem a TV gigante, nem a banheira gigante responderam. Ele estava só num quarto gigante e sua solidão era maior que o quarto porque não sabia onde estava nem de onde vinha, não sabia porque estava lá quando era para a outra estar. Onde ela estava? Procurou pela suíte, não encontrou, foi até o carro, não viu, olhou debaixo da cama, dentro do armário, até pra fora da janela, será que ele tinha sonhado? Tentou o celular...desligado. Tentou se lembrar o que tinha feito, algo que tivesse falado, procurou algum bilhete algum papel amassado guardanapo com baton rastro pista fio de cabelo marca de pegada no tapete da saleta migalha de pão nada...Nada indicava que um dia alguém tivesse passado ali além dele. Ele começou a duvidar da realidade. Por que ela tinha sumido, por que nem tinha se deixado existir?
É que na verdade ela já estava muito longe, tão longe há tanto tempo que ela nem sabia se ainda existia.
Isa Blue
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