domingo, 7 de junho de 2009

De Dentro Pra Fora

Caros seguidores, estou aqui com uma dificuldade danada de postar alguma coisa e nem é por crise de criatividade, mas sim porque meu filho me fez o favor de afundar a tela do notebook (aquele notebook de merda que deram para os professores do município), então metade da tela, e isso em diagonal, está com listras coloridas verticais e outra metade com listras horizontais, o que resulta nessta pequena dificuldade em acessar janelas maiores que cinco centímetros. Isso vale também para email, orkut e twitter, embora editar um texto seja muito mais árduo.
Eu, ainda procurando, vasculhando, revirando desesperadamente as tralhas atrás de um título para o Livro da Involução, assim apelidado e subtitulado. Algo que remeta à idéia principal do livro, ou seja, evoluir por dentro ou resgatar valores perdidos, reaproximar as pessoas através do amor, e - por que não? - por veículo da poesia, sendo que a poesia também pode ser uma forma de amor. Que atire a primeira pedra o poeta que nunca achou que havia algo de errado com o distanciamento das pessoas. Li uma postagem hoje no blog do Louis Alien (O Dia Depois De Ontem), que falava algo como "Virando do avesso, deve dar", ou seja, de dentro pra fora. Como é bom ler isso vindo de um amigo, tendo em vista que De Dentro pra Fora é o nome do primeiro capítulo do meu livro. Sinal que a Idéia é universal. Absorver essas coisas me preenche de esperança. Penso até que as noites boêmias no no boteco da Prado Junior, regadas à cerveja, roda de violão e, inevitavelmente, poesia, são uma forma de involução. Quer algo mais acolhedor e aproximador de pessoas que um boteco cheio de bebuns?
Tem um poema que fala assim " "Amai-vos uns aos outros", era tão simples. Mas o povo acha que simplicidade empobrece".
Por isso eu tenho certeza que são por esses caminhos de amizade, gratidão, companheirismo, cumplicidade que vamos chegar à uma forma de vida mais sensata(de bom-senso) - ou seria mais sensível?
Seja como for, a idéia me agrada.
É impensável negar esse meu gosto por poesia visceral, que vem de dentro rasgando tudo até a boca. Aquela que derruba e ao mesmo tempo te reconstrói. É disso que estamos falando. Não quero meu livro na sua estante, quero que ele esteja na sua cabeça. Quero te dizer tudo o que você já disse, mas não prestou atenção.
E, caso eu não tenha prestado atenção, alguém aí pescou um título?
Fiquem com um poema do livro:



A Anti-Saga Humana
(Isabela Figueiredo)

Eles me olham
como se eu fosse o culpado
Nunca vi tanto ódio assim
num só lugar
Só me mantém
com os braços amarrados
(Posso sentir seus raros sentidos
enquanto medem meu peso)

Eles são fortes
mas não viram o bastante
da beleza deste céu e mar
(Esse olho pra dentro é de matar)
Eles são firmes
mas têm a pureza de uma onça
De um só bote vão me devorar
(A sorte não é questão de sair ileso)

Eles são frios
até com eles próprios
Privam suas crias do sol
mal vivem em conjunto
E são tão pobres
(acham que bater asas é voar)
Tenho pena deles, soltos
porque não são mais livres
que eu, preso.

Um comentário:

  1. de dentro pra fora é o caminho da revolução, roda roda roda que não para nunca!

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