segunda-feira, 5 de março de 2012

Uma noite no metrô...

Eis uma música que fiz e que, por enquanto, só posso mostrar a letra (por falta de recursos de mídia, mas torçam!!!). Voltava do Corujão da Poesia, que aconteceu por um tempo em edição especial no Catete, quando esta letra veio se formando na minha cabeça. Numa questão existencial, talvez causada por excesso de drogas, me vi em outros corpos na volta pra casa e imaginei tantos destinos... Então nomeei essa letra de "A Noite dos Espelhos". Espelhos são objetos mágicos que podem mostrar muito mais além de você, é só pronunciar as palavras mágicas. Eu tenho o estranho costume de parar tudo que estou fazendo e puxar uma agenda da bolsa da Mary Poppins para não esquecer depois, mas atualmente também estou usando o bloco de notas do celular que é muito útil quando não há papel e caneta à mão, o que invariavelmente acontece... Já tentei gravar com o gravador de voz, porém perdi muitos arquivos assim, pois moro no Rio de Janeiro. Quando chegava em casa, não entendia NA-DA do que tinha gravado tamanho o barulho de TU-DO pelas ruas.








A NOITE DOS ESPELHOS


Vim vagando a esmo na cidade perdida
Meu reflexo na poça
becos sem saída
Eu não posso voltar
Não posso voltar...


Trêmulos receios da carne dolorida
Atravessando espelhos
sem sinais de vida
Não posso voltar
Eu não posso voltar...


Por onde vai o longe esquinas me corrompem
Sou o carro sem freio
céu sem horizonte  
Nada é fácil demais
Eu não posso voltar...



Gente que se esconde por todos os caminhos
Que me come com os olhos
Todos tão vazios                        
E cansados de amar
Não posso voltar...


Quais os meios que vão me levar
O vão do metrô
ou o azul do mar                             
Estilhaços do espelho
Mosaicos do mesmo...


Sou bicho, sou risco, sou vela sem pavio
Os fins não limitam seus meios e os meios dos caminhos
Mas sempre há uma trilha, um trilho, um corte e um trem
E em algum lugar estaremos mesmo sem


Sem braços, sem pernas, sem dor e sem amor
Os cascos de vidro levando o peso de um navio
onde a luz não alcança e não te faz nenhum bem
Os corpos sozinhos perdidos numa noite além


(- Não posso voltar, eu não posso voltar...) - 2x


  Noite de espelhos
  tão passageiros
  mas passageiros
  de um mesmo trem...




Isa Blue

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