segunda-feira, 15 de setembro de 2008

E pra falar de Sociedade

Não existe esse negócio de sociedade. Estamos aqui sozinhos e cada um quer saber apenas dos seus interesses. Ninguém pensa no que é melhor para o conjunto, muito menos quem está lá votando nas leis. Temos partidos, guetos, grupos, turmas, mas não sociedade. O povo se une contra uma causa que muitos não querem ou que muitos querem, mas só em determinados momentos que nos emocionam. Como na ditadura ou como foi para expulsar o Collor. Não é nossa culpa. Devíamos abolir todos esses representantes políticos e votar nós mesmos, ou o Brasil acha que não sabemos o que queremos?
Eu passo na rua e vejo as pessoas tão distantes umas das outras, nem parece que são vizinhas. Dentro da mesma cidade há rivalidades. Nem dentro da mesma casa podemos contar inteiramente com a pessoa que está ao nosso lado. Há uma falta de comunicação, uma ausência de compreensão (Compreensão é o que ocorre quando o indivíduo se apropria da informação, segundo Piaget) e um anseio por atingir o outro. Todos viramos adversários. ("So am I with you or am I against/I dont think is that easy - we're lost in regret" - The Outsiders - R.E.M) Eu ainda procuro um motivo e não quero por a culpa em filmes violentos ou jogos de computadores para o distanciamento geral das relações inter-pessoais. Não acredito nesse tipo de lavagem cerebral.
Antigamente, e bota fumaça nisso, tínhamos consciência que precisamos uns dos outros para sobreviver. E sei que em alguns países europeus isso ainda acontece. O carteiro é tratado com dignidade, pois o papel dele para a sociedade é tão importante quanto a do jornalista. Ambos trazem notícias. Por que o carteiro deve ser menosprezado? Por que deve ganhar menos? Enquanto um usa do esforço mental para escrever uma matéria, outro usa do esforço físico para levar as notícias até as pessoas no conforto de suas residências. E o porteiro do seu prédio é o guardião das chaves. Ele tem a sua segurança e a segurança de sua família em mãos, cabe a ele a responsabilidade de não permitir que marginais entrem na sua propiedade. Ele deve ganhar bem para arriscar a sua vida por você. E o lixeiro que impede que se propaguem ratos, baratas, mosquitos e, conseqüentemente, doenças na sua rua? Além de manter a cidade com um aspecto bonito. Por que ele deve ser banalizado se é um agente de saúde e estética assim como um médico?
Digo isso porque as pessaos vivem reclamando da sociedade, do país que está uma droga, do governo, da saúde, da educação, mas não sabem dar valor ao trabalho alheio. Todos só estão esperando um pouco de reconhecimento para fazer as coisas de um modo melhor. Ninguém faz nada sem incentivo. Falam tanto do direito dos animais, dos gays, dos deficientes físicos, dos trabalhadores, por que não falam do direito individual, independente se é branco, negro, evangélico ou católico. Por que é importante distingüir se você é costureira ou estilista? Se vc está desempregado por opção ou por não ter opção? Vamos parar de distingüir as pessoas por suas classes sociais, etnias, gostos... Ninguém precisa de cotas. O que precisamos é de educação para com todos. Todos têm direito a ter direitos. E o que mais devemos ter é RESPEITO.

Você também não acha que nossos jovens são carentes de sociedade?

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