O Eu-Lírico
(Isabela Figueiredo)
Me divirto lendo autores desconhecidos,
imaginando se são como dizem
ou se quando a caneta passa
imprime o seu inverso.
Divirto também meus ouvidos,
rio muito, confesso,
quando alguém me diz, pasmo,
que me viu comprometida
numa linha de meus versos.
Eu penso: que desperdício!
ser xerox dos meus textos.
Por quê? Por que me limitar?
se quando me inspiro
se quando eu escrevo
posso ser tudo que imaginar!?
Taí um poema do livro HIPER(2009).
A história deste foi que uma vez eu fui chamada para dizer uns poemas no Museu da República e meus pais estavam na platéia, mas, como boa cria do Cairo, nem todos os poemas eram inocentes. Então, um futuro amigo veio falar comigo no final e disse "Muita coragem a sua dizer isso na frente de seus pais". Eu refleti, e muito tempo depois fui escrever este poema. Afinal, cada poema é uma peça teatral. É verdade enquanto está sendo escrito, não quer dizer que aconteceu comigo, pode ter acontecido com outra pessoa, ou pode ter sido uma idéia de outra pessoa, outro tempo, outro corpo, quem é que vai saber? No poema, a imaginação é o limite.
Oi "prima"; vim parar aqui através do seu comentário lá no "Maria da Poesia" que tb (às vezes) frequento e cujo último livro acabo de adquirir.
ResponderExcluirVim por curiosidade e li que vc tb pretende lançar um livro seu. Muito legal! Quando sair vou comprar.
Li aqui algumas postagens suas e gostei muito tanto em prosa quanto em verso.
Parabéns!
Um abraço.